Era imperativo iniciar este blogue com uma breve resenha histórica sobre o Barracão. A alternativa era iniciar a servir umas geladinhas actuais, perdendo-se a génese do Barracão, correndo o risco de falhar o encontro com a História e perder-se toda a sua riqueza intrínseca, nas brumas do tempo.
Falar do Barracão é recuar aos idos de 2001, ano forte e inequivocamente marcado pelo atentado terrorista às Twin Towers em Nova Iorque e ao edifício do Pentágono, causando milhares de mortos de inúmeras nacionalidades e, em Portugal, da queda da ponte de Entre-os-Rios, levando um autocarro e dois automóveis. Naturalmente que nesta altura ainda não existia o Barracão como hoje o conhecemos, mas foi neste ano que a sua génese, que a sua origem começou a ser forjada no calor das chamas de um forno.
Foi, realmente, à luz das labaredas de um fogo intenso, ao calor proporcionado pelo lume sublime de um forno antigo e rendidos ao sabor de um repasto cozinhado de forma tradicional e artesanal nesse mesmo forno, que este conceito de Barracão começou a ser delineado. Nesses momentos, onde meia dúzia de amigos se juntavam em volta dessa construção em forma de abóbada, o tempo parava! Não havia mais nada para além daquele local quente acolhedor, não se ouvia mais nada para além daquelas discussões e tertúlias, não existia mais ninguém para além dos presentes...
Mas foi só em Setembro, mês que traduz a chegada do Outono, mês de mudanças e transformações naturais transcendentes, que pela primeira vez o local exacto foi palco genuíno do espírito do Barracão. Onde todos viam um simples barraco em ruínas, onde todos imaginavam tão só uma antiga corte de animais, onde ninguém mais perspectivava um refúgio especial e destinado a um propósito maior, alguém viu o local ideal para potenciar e regrar a sã, sincera e pura convivência de amigos. Apenas quatro nobres cavaleiros estiveram presentes, nessa primeira noite, no alcácer da diafaneidade. A partir daí nada foi como dantes. Estava eleito, escolhido, marcado o local quimérico para as reuniões do Barracão, apesar de à altura ainda ninguém disso se ter apercebido.
Foi só quando os tempos em volta do precioso provedor de chamas chegaram a um término que aquele bucólico local foi tomado como sede permanente e regular para os excelsos encontros. A semente do Barracão havia sido lançada e não existia meio de parar a imensa árvore que dali iria brotar.
Ainda assim, só no ano da graça de 2003, o majestoso templo começou a ser recuperado, sofrendo inúmeras transformações e melhorias até chegar ao seu actual estado.
E como recordar é viver, aqui ficam algumas imagens para nos recordamos de outros tempos!
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